9 de fevereiro de 2022

5 min de leitura

Histórias de Resiliência

Histórias de Resiliência: Luany Souza

por Cinthia Martins

A Luany se descreve como sozinha sempre, mas nunca solitária. Se descreve como uma pessoa independente, persistente. Tem 23 anos, é moradora na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro e, desde antes de saber o significado de resiliência, já vivia na prática.

Com paixão por doramas e séries de zumbis, ela é eclética em tudo o que gosta. Assim como é bastante vocal sobre aquilo que não gosta: pessoas mal-educadas com telemarketing, profissão a qual ela também já exerceu. Entre tantas mudanças, sua história encontra hoje os caminhos do iFood, empresa parceira da Resilia.

Afinal, quem era a Luany de um ano atrás?
Era alguém em busca de uma vida um pouco mais digna. Nunca tive sonhos muito extravagantes, não tinha muitas expectativas. Estava em meio à pandemia, sobrevivendo com o auxílio do governo. Alguém querendo se reerguer, se especializar, mudar de vida.

Foi quando eu comecei um curso do CRAS, com bolsa. Foi a partir disso que as coisas começaram a mudar, na minha alimentação, na minha casa. Mudou completamente a minha visão de mundo, relação com o aprendizado e desperdício em geral.

Eu não costumo dizer não para as oportunidades que aparecem, porque eu nunca tive muitas. E foi assim que eu comecei radiologia médica, porque apesar de não ser a minha principal área de interesse, foi a partir dele que eu vi a vida mudar.

Mas como a Resilia entra nessa história?
Sendo bem sincera, eu pensei em desistir algumas vezes, antes mesmo de começar. Para participar do processo seletivo eu vi dificuldades até mesmo por causa da minha internet, pelo lugar onde eu moro, minhas condições financeiras. Só eu sei que é preciso ter muito jogo de cintura para não surtar vivendo em certas condições.

Eu percebi que não estava conseguindo dar conta do trabalho doméstico, que nunca termina. Estava finalizando radiologia e conciliar ambos também foi difícil. Me via sozinha, sem conseguir progredir, enquanto todo mundo ao meu redor estava avançando. Isso desanima, sabe?

Nesses momentos, no que você se apoiou para não desistir?
Às vezes, dependendo da sua história ou do lugar que você vem, a gente se vê em situações em que não nos dão o direito nem de desistir. Eu até tentei, mas envolvem muitas coisas.

Então a única chance que eu vi era estudando, continuando as oportunidades que via ao meu redor e fazendo todos os cursos que entrei até o fim. Acho que essa é mais uma prova dessa resiliência… O que eu fiz para poder encerrar esse ciclo envolveram algumas noites sem dormir, alguns dias angustiantes. Mas que não desistiu de tentar.

Você vê hoje quais mudanças aconteceram no seu entorno após a Resilia?
Mesmo após me formar eu continuei muito insegura sobre as coisas que eu sabia ou não sabia. Em aula, eu sabia que não tinha o mesmo tempo que as pessoas tinham para reforçar o conteúdo, então eu sabia que, quando eu terminasse o curso, eu precisava me esforçar ainda mais. Sempre foi assim!

Eu fiquei alguns meses desempregada, o que me deixou bastante triste, para ser sincera. Essa insegurança do desemprego é uma frustração, uma tristeza muito difícil de superar. Como eu trabalho desde os 16 anos, ficar sem trabalhar impacta a minha saúde mental, minha vida, tudo ao meu redor.

Graças ao módulo 5, de soft skills e habilidades comportamentais, eu me sentia bastante pronta para participar de entrevistas, apesar das inseguranças na parte técnica. Foi através disso que eu consegui meu primeiro emprego em T.I, em uma empresa que criou uma vaga só para me acolher. Na Cora eu me sentia feliz, me sentia completa.

E em qual momento você recebeu o convite para participar do iFood como Software Engineer, seu cargo atual?
Quando eu parei de mandar currículos, foi quando eu comecei a receber também as respostas positivas e negativas de todos aqueles processos seletivos que havia participado ao longo dos últimos meses. No iFood, que era a empresa que eu sempre sonhei em trabalhar, eu passei quase um ano enviando currículos, para as mais diversas vagas.

A diferença é que o iFood era um sonho. Eu fiquei pasma, não acreditei! Fiquei feliz e preocupada, precisava pensar na minha resposta, já que tinha algo seguro e recente. Eu passei um final de semana inteiro pensando a respeito, sobre o meu emprego atual e sobre todas as coisas que vivi até então. Aceitar essa oferta foi um alívio!


histórias de resiliência

Você também pode gostar