30 de novembro de 2022
8 min de leitura
De Frente Com
De Frente com Bruno Cani: o que esperar até o próximo aniversário?
O papo de hoje é com nosso querido CEO Bruno Cani. Bruno é fundador da Resilia, edtech acelerada pela Endeavor que visa formar jovens adultos para o mercado de tecnologia e conectá-los direto ao mercado de trabalho. Antes de fundar a Resilia, Bruno foi sócio do Gera Capital, fundo de impacto co-fundado por Jorge Paulo Lemann. No Gera, Bruno atuou como investidor de Venture Capital e Private Equity, e também foi executivo nas empresas do portfólio: Eleva Educação e Spot Educação.
Fundada em 2019, a Resilia impacta vidas através da educação enquanto forma profissionais para o setor que mais cresce no mundo: profissões digitais. Unindo conhecimento, hábitos de excelência e diversidade, mais do que alunos, formamos Resilientes. Na entrevista abaixo, ele comemora os 3 anos de existência da Resilia, ressalta os aprendizados, fala do diferencial da Resilia e dá pistas do que vem por aí no próximo ano. Boa leitura!A Resilia começou logo antes da pandemia a se estabelecer. Vocês tiveram que lidar, em um momento inicial da empresa, com uma transformação que impactou o mundo inteiro e, foi justamente esse desafio que ajudou a Resilia operacionalizar no meio digital e virar referência em 3 anos.
Como foi fazer a gestão da Resilia durante esse momento desafiador?
Desde o nascimento da Resilia, em outubro de 2019, nós optamos pelo modelo híbrido de gestão. Ou seja, precisávamos ter ritos e rotinas online desde o início. Ter um modelo de gestão remoto exige muita intencionalidade, pois diferente do presencial onde você pode “esbarrar” em outras pessoas e passar um recado ou entrar em uma discussão de forma mais orgânica, no online tudo precisa de combinados pré-definidos. A gente já estava com a rotina online bem definida e com canais de comunicação, ferramentas e rituais incorporados. A chegada da Pandemia acabou causando pouco impacto na gestão da Resilia, com exceção dos rituais de integração. Aquela hora do cafezinho, bate-papo de brainstorming ou papo de corredor, também teve que ser mais amarrado. Hoje temos todos os momentos amarrados e mapeados e estamos bem satisfeitos com o resultado.
Quais foram os principais avanços da Resilia, se você pudesse fazer uma linha do tempo da história?
O primeiro é o número de alunos impactados. Ao final desse ano vamos ter impactado diretamente a vida de aproximadamente 2k pessoas. Sempre que lembro do início da Resilia, quando não tinha nem um ppt, mas uma um problema de mercado e uma ideia para resolvê-lo, eu fico encantado com isso. Da mesma forma que a quantidade de estudantes encanta, o avanço no produto também. No início, não tínhamos nada além de uma metodologia que ainda estava em teste e muita vontade. Hoje temos metodologias comprovadas, muitas aulas e exercícios desenvolvidos, assim como ferramentas tecnológicas que apoiam desde o processo de aprendizagem, até o processo de gestão. Tudo isso feito por um time que amadureceu muito desde o início e que cresceu em números de talentos também. Vejo a gestão da Resilia bem madura, com um time que sabe o que precisa fazer e entrega resultados. Assim como ver a evolução dos nossos estudantes é bom, ver o time evoluir junto com a Resilia é igualmente satisfatório. Por fim, vale destacar as parcerias que construímos. Nascemos de uma ideia e hoje impactamos empresas como Stone, Ifood, Globo, Renner e muitas outras.
Quais os maiores aprendizados até agora?
Certamente muito aprendizados, mas o principal deles é a confirmação de que podemos transformar a vida das pessoas se dermos as ferramentas adequadas. Temos inúmeros casos na Resilia de Resilientes e estudantes que tiveram muitas dificuldades na vida e estavam praticamente excluídas do mercado de trabalho corporativo, mas que deram a volta por cima. Basta ver o impacto que estamos causando na renda dos nossos Resilientes (pessoas formadas pela Resilia). Na média, os estudantes formados triplicam sua renda anterior ao curso. Muitos deles sem ensino superior completo e com salários acima da média de quem fez uma faculdade. Isso mostra que há uma alternativa para capacitar e apoiar as pessoas em seus empregos.
Depois de 3 anos, como você enxerga as mudanças que a Resilia fez na vida das pessoas e no mercado?
Mais do que enxergar é sentir. Até hoje mantenho contato com Resilientes das primeiras turmas. Falei anteriormente do impacto na renda, mas conversar com essas pessoas e hoje olhar para ela como pares e não mais como alunos ou pessoas em necessidade é uma sensação incrível. Diversas vezes busquei nossos Resilientes para conselhos e trocas de conhecimento. Essas trocas reforçam que não estamos apenas ajudando essas pessoas a gerarem renda. Estamos destravando potenciais talentos que estavam escondidos na nossa sociedade. Tenho certeza que em alguns muitos dos nossos estudantes serão líderes em seus segmentos.
O que esperar para o próximo ano? E para os próximos 3?
Ano que vem queremos dar escala à nossa solução. Faremos isso tanto ajudando as empresas a transformarem seu processos de treinamento e capacitando, assim como ajudando instituições de ensino a lançarem soluções que preparam melhor para o mercado de trabalho. E nos próximos anos queremos expandir nosso portfólio de soluções e agregar formações para outras profissões.. O mercado digital é muito vivo e sempre surgem novas áreas.
Qual a maior conquista de 2022?
Acredito que o Programadores Cariocas, programa da prefeitura do Rio de Janeiro para formação de jovens de baixa renda, foi nossa principal conquista. Em conjunto com o Senac-Rj, vamos capacitar mais de mil jovens cariocas para o mercado de tecnologia em seis meses. O projeto não só reflete nossa missão pelo impacto que causa, como também tangibiliza o potencial da nossa solução. É algo escalável e que pode ser aplicado em todo o Brasil.
Qual o maior diferencial da Resilia?
Diria que nossa vontade genuína de fazer os alunos aprenderem. Aprender de verdade demanda muito esforço individual e não pode ser sempre super divertido. Tem vezes que vai ser duro, decepcionante, frustrante… aceitar que isso faz parte do processo é essencial. Nosso primeiro valor como empresa é “O Sucesso do Estudante é o Nosso Sucesso”. Ou seja, não queremos ser uma solução superficial para “inglês ver”, mas sim uma solução que efetivamente gere uma transformação para os estudantes. Essa energia, esse valor está em tudo que fazemos e é o que garante o resultado.
Como você avalia o mercado de profissões digitais hoje em dia? Qual é a demanda atual?
A demanda segue enorme, apesar de estarmos no “inverno tech””. O mundo será digital e muitas funções ainda serão substituídas pela tecnologia. Estamos no início da transformação. Nossa visão é que tecnologia não estará somente na área de tecnologia, mas estará em boa parte das profissões. Hoje há necessidade de automação em marketing, vendas, RH, backoffice e muitas outras áreas. As empresas estão entendendo isso e passando pelo processo de adequação e formação da base de talentos.
A mentalidade governamental e empresarial voltada a projetos de educação é atrasada?
Não diria atrasada, mas tradicional. A verdade é que muitos de nós passamos pelo sistema atual de educação e tivemos sucesso. No geral, somos avessos a risco e tendemos a replicar com os outros aquilo que funcionou para nós. Porém, o mundo está muito mais acelerado do que era no passado e a tendência é que acelere ainda mais. Para isso, precisamos repensar soluções. No Brasil especificamente, temos que investir em formações mais curtas como o ensino técnico profissionalizante.
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